Este Blog foi um programa de rádio The Steadfast Tin Soldier: novembro 2008

domingo, novembro 30, 2008

 

Ma Chérie...

L'époque de ces petits bonbons est arrivée. Le Nöel c'est pas loin et les "Mon Chéri" sont déjà arrivés aux magasins.
Enfin, Ma Chérie, nous sommes toujours ensemble pour un autre hiver, pour les longues nuits a reposer dans tes seines de chocolat, a boir ton liqueur et a lécher sensuellement ta cérise...


sexta-feira, novembro 28, 2008

 

O Lobo Mau bebeu um Capuchino

Da próxima vez que fôr à máquina de café da AE não me vou esquecer de cantarolar, nem que seja interiormente, o Lobo Mau do Roberto Carlos:

"Eu sou do tipo que não gosta de casamento
E tudo que eu faço ou falo é fingimento
Eu pego o meu carro e começo a rodar
E tenho mil garotas uma em cada lugar
Me chamam lobo mau,
me chamam lobo mau,
eu sou o tal, tal, tal, tal, tal, tal, tal, tal..."

Brincadeirinha à parte, o Lobo Mau não é mais do que uma piada com o Capuchino, a nova bebida da máquina de café da faculdade, essa Meca do curso de Ciências Musicais... E não, senhora dona Catarina, não concordo consigo, a máquina é bem boa! Ok, o "café largo" é ainda menos cheio que o "café curto" da máquina antiga, mas o café é muito melhor. Não é aguado e tem aquela espuminha amarela bem consistente! Melhor ainda, não deita o açúcar para fora do copo e a colher de plástico cai sempre dentro, nunca sai disparada em direcção ao chão...
Mas a máquina tem, de facto, nomes engraçados para as bebidas. Fora os já comuns "café largo" para café cheio e "café solo" para café curto, surgem agora o "galâo", que é um galão constipado, e o "capuchino", que me parece ser da família do capuccino...
Estas lindas designações foram descobertas por mim e pela famosíssima violoncelista Catarina Maria Meréns de Távora numa das nossas peregrinações à máquina do ouro negro potável, que nos dá força para aguentar as aulas do Tomás "Haann... Feche a porta..." Henriques. Nota para a felicidade da Catarina quando encontrou o nome "Capuchino" num dos botões da máquina... "João, João, tira uma foto... E apanha também o Galâo e depois manda-me, para eu pôr no meu blog"... Pff... E nem sequer créditos deu ao autor...
Sabe o que eu lhe digo, Catarina? Recito-lhe uma letra dos Ena Pá 2000 alusiva à grande Florbela Espanca:

Florbela... Espanca-me...
Vira-me as tripas com um ancinho,
Bate o chicote devagarinho...
Florbela... Espanca-me...

quinta-feira, novembro 27, 2008

 

A apanha da azeitona

O senhor Cunha era dono de extensos olivais em terras transmontanas. A saber, tinha mais de cem homens e mulheres que, todos os anos, no tempo da apanha da azeitona, se aplicavam diligentemente na recolha daqueles negros frutos da oliveira.
Violentando virilmente com varas de marmeleiro os ramos das verdes árvores, imponentes e relativamente altas para aquilo que uma oliveira costuma ser, as azeitonas caíam do meio daquelas folhas verde-escuras para um pano que, cá em baixo, sete mãos seguravam - duas femininas e alvas mãos em cada canto excepto num, onde estava o Zé Maneta (de seu apelido, ironicamente, Completo) que, por razões óbvias, era conhecido por tal alcunha onde quer que fosse. Outras sete mãos varejavam a árvore até que as azeitonas chovessem cá para baixo - outras sete, pois o Manel do Lagar era conhecido também como "o três mãos", tal era o vigor e a velocidade com que vergastava os ramos e enorme a quantidade de azeitona que caía a pique como caganitas de celeste caprino gado recém-curado de prisão de ventre. Era conhecido por ir de terra em terra bater tudo quanto era ramo de oliveira onde se achasse nem que uma só azeitona. Conhecido era também por ser exímio puxador no jogo do pau, habilidade essa que já por algumas vezes lhe valera para resolver rixas na terra, a mais célebre delas com o Chico Manco. Figura disforme, muito curto de pernas e de cabeça larga, o Chico Manco ganhou o nome por, quando andava o Manel na azeitona, lhe ter ido à mulher, que berrou o nome do seu homem, chegando aquele de vara na mão. Olhando o Chico, malandrão, fez-lhe da tola azeitona pela rua fora, até um barranco, onde o Chico cai, rebola e ganha alcunha: Chico Manco.
Ora tinha este ano o senhor Cunha muita azeitona, em demasia para o seu lagar, e prometeu duas vasilhas daquele a quem lhe achasse um outro lagareiro, competente e despachado, que lhe aliviasse a tarefa. Mais, prometia-lhe um lindo chapéu de feltro, de aba larga, de belíssima qualidade, que o pai de sua mulher lhe deu um dia e era "uma das mais belas coisas que o meu querido sogro - que Deus o tenha em descanso - me ofereceu", exagerava junto aos amigos, mas estava mortinho por se livrar daquela bodega que não usara nunca, "tão preciosíssimo que é..."
O Manel do Lagar, ouvindo a nova, correu a casa do senhor Cunha oferecendo os seus préstimos, pois tinha fama de bom e honesto lagareiro. Correu igualmente o Chico Manco, que tinha também um lagar que funcionava de vez em quando, quando lhe não dava a preguiça e não tinha ideias adúlteras a cruzar-lhe o pensamento, e que viu aqui boa oportunidade para ganhar duas vasilhas de azeite e chapéu com que tapar a cabeçorra de que tanto se envergonhava. Para mais, sempre fora amigo do Segisfredo Cunha, filho primogénito do patrão da terra...
O Manel explicou respeitosamente ao senhor Cunha quão doirado saía o azeite das olivas que entravam no seu lagar, explicou-lhe como ninguém mais, desde o Tabuaço a Vimioso, fazia azeite como o seu, explicou-lhe quão saboroso ficava o pão que, acabado de sair do forno, era regado com um fino fio daquele oiro líquido do seu lagar...
Mas o patrão fez ouvidos moucos e quem recebeu as duas vasilhas foi o Chico, que agradeceu espalhafatosamente a Segisfredo a sua amizade verdadeira e, em segredo, ao senhor Cunha, pela preferência e pelo reconhecimento do seu valor - o valor de guardar o segredo de quais as moças da terra que ocupavam o lugar da senhora Cunha de quando em vez... E agradeceu-se a si próprio a esperteza de ganhar duas vasilhas de azeite. O chapéu, esse, era outra história... O pai da senhora Cunha, homem alto e elegante, era um ser proporcional, e a sua cabeça não era comparação com o tubérculo inchado que o Chico Manco ostentava sobre os ombros. E, para mal dos seus pecados, o chapéu que tanto cobiçara e com o qual pretendera esconder o seu disforme crânio não lhe servia. Mas haveria de lhe dar bom uso...
Olhando para o seu interior, viu uma etiqueta cosida no forro. Analfabeto, não sabia ler - e sabia que o Manel do Lagar era igualmente iletrado... Então decide vingar-se da sua condição de côxo e, no dia seguinte, dirige-se ao Manel e diz-lhe "Olha, o senhor Cunha manda dizer que este chapéu é para ti, e diz lá dentro que to oferece com muita estima, e que o teu lagar fica para a próxima..."
O Manel do Lagar, que era bruto mas não era burro, perguntou ao padre o que dizia na etiqueta. "J. Gomes de Pinho, São João da Madeira, Fábrica de Chapéus". Sabendo o Manel a vergonha que o Chico Manco tinha da sua cabeça, pediu ao padre que lhe escrevesse um papel que, nessa mesma noite, foi pregar na porta do Chico Manco.
Um pouco depois de cantar o galo e o sol se levantar o Chico Manco abriu a porta. Lá pregado estava o chapéu, rasgado dos lados para que coubesse em maiores cabeças, e um papel. O Chico Manco não sabia ler, mas veio-se a saber por portas e travessas o que o papel dizia:
"A quem ler isto, que lhe sirva a carapuça..."

domingo, novembro 23, 2008

 

محمود احمدی‌نژاد McDreaming...

Serei só eu ou mais alguém encontra certas parecenças entre o Patrick Dempsey - o Dr. Derek Shepherd de Grey's Anatomy - e o presidente do Irão, Mahmūd Ahmadinejād?


sexta-feira, novembro 14, 2008

 

Quem quer saber o que é uma epistaxis?

Numa das minhas incursões pela biblioteca, um livro puxa outro - que, por acaso, não tem nada a ver... - e acabo por me perder entre páginas de filosofia, medicina, economia ou música... E descobri uma coisa que ainda não sabia (várias, aliás, mas esta valeu um post). Sabem o que é uma epistaxis? Não? Então vejam a fotografia:

Ou seja... Uma epistaxis é uma "hemorragia proveniente das fossas nasais" e a causa mais frequente é a "erosão da mancha vascular", que se rompe facilmente por acção de vários factores, "em especial traumatismos provocados pela unha ao destacar as crostas que se formam na região".

Vejamos então como este tipo de conhecimento se aplica no mundo real...
Discurso semelhante de dois putos para as respectivas mães:
Puto normal - Oh mãe, oh mãe, o Tozé estava a tirar macacos e fez sangue...
Puto cromo - Oh mãe, oh mãe, o Tozé autodiagnosticou a presença de crostas na parte antero-inferior do septo nasal e procedeu à sua remoção com a unha, provocando uma hemorragia devido à erosão da mancha vascular...


quarta-feira, novembro 12, 2008

 

Secret Agent Man

Depois de o conhecido "Hooked on a feeling" ter invadido blogs por toda a Internet, com o seu eternamente famoso "Ooga Chaka", encontrei agora David Hasselhoff a fazer um papel de charmoso/pimbalhão 007 em "Secret Agent Man", com a canção que fez sucesso na guitarra e na voz de Johnny Rivers na década de 60...


quarta-feira, novembro 05, 2008

 

Politik

Hoje foi um dia cheio de política!
Quem viu o Canal Parlamento e os telejornais pôde apreciar um "compacto" de pérolas políticas que não acontecem todos os dias. Apesar das barbaridades que são ditas diariamente, nem sempre há palhaçada flagrante...
Na AR, o nosso PM José Sócrates gozou à força toda com o Francisco Louçã quando, em resposta às suas questões acerca da recessão económica e o porquê de a palavra "recessão" não estar sequer incluída no OE 2009, disse algo como "Oh, mas que pena que não está... O senhor deputado queria que estivesse, mas não está, e oh! Mas veja! Até os seus olhos brilham quando se fala em recessão!". E, com isto, gozou com a cara de todos os que pagam os seus impostos e estão à mercê deste Estado. Mais pessoalmente, gozou com o deputado do BE quando decidiu brincar e dizer "BANcos", com um B quase P, imitando a fala de Louçã, e deixando isso bastante claro, o que gerou sorrisos em todas as bancadas parlamentares.
Mas o ponto alto foi, sem dúvida, o deputado do PND na Assembleia Regional da Madeira, José Coelho, que deve ter bebido uns copitos a mais do que devia e foi para lá insurgir-se contra o governo do Rei João ("um rei gordo e bêbado que vive na ilha da Madeira") apelidando de fascistas os deputados do PSD, acusando-os de pertencerem a um regime nazi-fascista. Para rematar, tal como nas aulas da primária do "mostra e conta", levou uma bandeira nazi. Eis a transcrição de um excerto:
"Porque este senhores do PPD/PSD não são sociais-democratas. Eles estão transvestidos, estão camuflados de sociais-democratas. Mas eles, ao fim e ao cabo, são da extrema direita, são fascistas! São pessoas que viraram-se [sic] para o 24 de Abril. Lembrem-se que esta casa nunca teve a... nunca teve... [implosão cognitiva momentânea de origem etanólica] ...a honestidade de celebrar o 25 de Abril. Sempre odiaram o 25 de Abril, nunca nesta casa foi celebrado o 25 de Abril... Por ordem do chefe fascista supremo que manda nesta terra, que nunca se converteu à democracia. Eu acho que é a altura de os democratas, de os partidos da oposição perderem a sua passividade e tomarem uma atitude firme, e essa atitude firme, na nossa opinião, não será ir ao Tribunal Constitucional - é fazer o 25 de Abril aqui mesmo, abandonar esta assembleia, fazer o trabalho de político lá fora, deixar eles [sic] a falar sozinhos para mostrar ao país inteiro o sistema anti-democrático que vive aqui nesta Madeira, porque é preciso ver o verdadeiro regime, o verdadeiro regime que é o governo desta terra não é o regime democrático, é o regime nazi-fascista do populista Alberto João Jardim. Portanto, o regime deles, meus amigos, é este! O regime desses amigos, destes amigos, do Partido Social-Democrata, é este regime, é o regime nazi-fascista, são eles que são admiradores deste regime... É para oferecer a bandeira, é para oferecer ao líder do PSD, o Jaime Ramos..." [entretanto os deputados começaram a abandonar a sala e o presidente encerrou a sessão]
Além das fofoquices políticas cá de dentro, as pessoas passaram o dia de hoje a comentar as eleições norte-americanas em duas vertentes:
1) Que bom, o Obama ganhou! Yes, we can!
2) Quanto tempo é que apostas que ele se aguenta antes de ser assassinado? Eu dou-lhe 2 meses...

 

Yes, we can!


sábado, novembro 01, 2008

 

Cartas de amor


Quem as não tem?
Por várias vezes dei por mim a indagar quão estúpido era receber cartas de amor com perfume. Estúpido pois o perfume desaparece, estúpido pois o perfume dilui a tinta, estúpido ainda mais porque a pessoa não está ali. No entanto, encontrei recentemente cartas de amor que datam de há seis anos atrás. E não são estúpidas.
Não são estúpidas, porque o perfume continua lá.
Não são estúpidas, pois foram escritas e perfumadas por quem foram.
Não são estúpidas, porque a pessoa não está ali, mas está o cheiro pelo qual a conheço em qualquer parte do mundo. Está o perfume que, inconscientemente, ainda me faz virar a cabeça quando o sinto no ar numa estação de metro apinhada, mesmo sabendo que a pessoa em questão já não o usa há anos. Está este perfume que, seis anos depois, continua impregnado naquele papel de caderno escolar, deixando como marca da sua existência a tinta desbotada de esferográfica azul e, ao abrir a capa onde guardo as cartas, solta no ar o cheiro que me faz recuar até ao meu baile de finalistas do 9º ano e viver novamente aqueles abraços, aqueles beijos e aquele primeiro amor.

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Este blog TINHA um mail! Mas eu esqueci-me da password... Por isso mandem para aqui as vossas queixas, lamúrias, ameaças, cartas de resgate (aviso desde já que não pago mais do que um café e uma torrada por quem quer que seja...), de amor, cantigas de amigo (Ai Deus, e u é?) e de inimigo, de escárnio e maldizer...
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Nota para a senhora sessentona residente no Fogueteiro que enviou um mail com fotografias em Julho passado: eu não sou grande adepto de cera derretida sobre os mamilos...