Este Blog foi um programa de rádio The Steadfast Tin Soldier: Cartas de amor

sábado, novembro 01, 2008

 

Cartas de amor


Quem as não tem?
Por várias vezes dei por mim a indagar quão estúpido era receber cartas de amor com perfume. Estúpido pois o perfume desaparece, estúpido pois o perfume dilui a tinta, estúpido ainda mais porque a pessoa não está ali. No entanto, encontrei recentemente cartas de amor que datam de há seis anos atrás. E não são estúpidas.
Não são estúpidas, porque o perfume continua lá.
Não são estúpidas, pois foram escritas e perfumadas por quem foram.
Não são estúpidas, porque a pessoa não está ali, mas está o cheiro pelo qual a conheço em qualquer parte do mundo. Está o perfume que, inconscientemente, ainda me faz virar a cabeça quando o sinto no ar numa estação de metro apinhada, mesmo sabendo que a pessoa em questão já não o usa há anos. Está este perfume que, seis anos depois, continua impregnado naquele papel de caderno escolar, deixando como marca da sua existência a tinta desbotada de esferográfica azul e, ao abrir a capa onde guardo as cartas, solta no ar o cheiro que me faz recuar até ao meu baile de finalistas do 9º ano e viver novamente aqueles abraços, aqueles beijos e aquele primeiro amor.

Comments:
Coisa mai linda!!!
Deitei fora as minhas, todas! Menos as dedicatórias que ficaram nos livros, por amor aos livros. Mas isto sou eu. Fazes bem em guardá-las.
 
Ridicularizar o sentimento alheio é cada vez mais comum.
Mas o amor não é ridículo, nunca te prives de acarinhar as memórias do que viveste.
 
Gajas...
As minhas também foram todas fora...
E há amor como o primeiro? Com essa intensidade? Só o primeiro se vive com os 5 sentidos. E só assim se explica que o perfume perdure.
 
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