segunda-feira, janeiro 07, 2008
Matemática cantante
naquela sala
que a matemática tornava mais escura
em vez de iluminá-la.
Felizmente só o nada-de-mim ficava lá dentro.
O resto corria no pátio-em-que-nos-sonhamos,
pássaro a aprender os cálculos do vento
aos saltos para os ramos.
Mas só quando voltava para casa à tardinha
encontrava a minha verdadeira matemática à espera
na lógica dura das teclas do piano,
no perfil-oiro-pedra da vizinha,
na flauta de água macia do tanque
- chuva de Mozart nos zincos da Primavera...
Matemática cantante.
- José Gomes Ferreira
és tu a abandonar a inteligência racional e fria da lógica;
és tu abstraído dos números a olhar as estrelas;
és tu ao piano, esquecido das equações;
és tu a olhar o horizonte, sem saber o que é a sucessão de Fibonacci;
és tu, sonhador que, admirando o gelo poderoso da intelctualidade, se rende aos sonhos e às paixões...
És tu... ateu que reza.
Admiro*te... e por isso...
Somos nós, 7...
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