quinta-feira, setembro 20, 2007
A ti, que deixei que me chamasses "Estrelinha"...
Chegaste à minha vida com a graciosidade de quem chega para ficar, sem (talvez) o saberes. Eu entrei na tua sem saber que batia à porta de um renascer das cinzas. Ficámos - cada um de nós com as suas feridas -, procurando no outro aquilo em que deixáramos de acreditar (ou talvez aquilo que não imagináramos existir). E, na procura, veio a nudez. Despi as roupas que encobriam as lágrimas, as tatuagens que encombriam as cicatrizes, o sol que escondia a lua, com a sua sombra. Levei-te à minha mais profunda vertigem... e eu sei que, nessa viagem, também tu revelaste aquilo que se escondia por detrás dos olhos infantis (esses, que tantas vezes me fazem embarcar no comboio da infância...) daquele menino que fazia música e coleccionava soldadinhos de chumbo... O mesmo menino, a quem hoje escrevo, cresceu dentro de mim e contou-me as mais puras verdades do mundo. Aprendi com ele aquilo que a vida, por si, não me ensinara e que, por mim, não havia aprendido... Aos meus olhos, o mundo começara a redesenhar-se com outras cores, outras formas, outras verdades... Como? Interrogo-me, ainda hoje, como o "menino", o "principezinho", que me perscrutava o ser com a profundidade dos seus inocentes olhos, fez girar o mundo à minha volta, num movimento de translação que a Ciência não explicará... Recordo-me que o conheci a indagar as verdades do Mundo através de números e fórmulas (que jamais estarão acessíveis à minha limitada compreensão...)... e hoje vejo-o a querer voar para um lugar qualquer, que a inteligível matemática desmentiria... E o inflexível ateu, que um dia rezou, em quem hoje encontro uma espiritualidade que a religiosidade alguma entenderá. Recordo o menino, cheio de verdades irrefutáveis, da inteligente e indesmentível lógica aplicada à vida, por quem me apaixonei irremediavelmente (sendo tão diferente de mim) e hoje contemplo o homem, que tolera o diferente (mantendo a coerência das suas verdades) e que chora comigo o amor que fazemos, que amarei eternamente. O homem, que guarda os seus olhos infantis e doces, a quem hoje escrevo, trouxe a alegria da música à minha surda existência. Abraças-me música, quando me encosto a ti... beijas-me eternidade, quando me mostras, no teu sorriso, a mais importante das verdades do mundo... e eu tomarei conta de ti, mesmo à distância de quem correrá todas as vielas do mundo, sabendo que todas vão dar a ti...
... Porque te amo.
Senão.. És perfeita! =) You're everything...
Je like you, tipo geleia... ;)
Amo*te... @*@*@*@
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