Este Blog foi um programa de rádio The Steadfast Tin Soldier: dezembro 2006

sábado, dezembro 30, 2006

 

Ano novo...

Vem aí 2007. E com o ano novo chegam as novidades que já não são novidades: o aumento dos preços de... bem, tudo! Aumenta o pão, que é dos alimentos mais básicos. Aumenta a electricidade, a água e o gás. Aumenta a gasolina: abandona-se o uso do carro e anda-se mais de transportes públicos cujas tarifas sobem também. Subirão os impostos, não tenho dúvidas quanto a isso. Sobe o número de pessoas que recorre aos créditos imediatos, sobem as dívidas. Sobem, então, as depressões, e sobem tambem os medicamentos para curar essas e outra maleitas. Sobem as taxas hospitalares. Sobe tudo. Menos os ordenados.
Ao contrário de um dos últimos posts, que foi considerado "brutal (no sentido de bruto)", "estúpido" e de "mau gosto", não vou aqui dizer (mesmo que a brincar fosse...) que o meu desejo para 2007 é que todos os membros do governo morram. Não. Tenho coisas melhores para desejar... Se calhar não para agora, vamos lá ver se isto ainda pior muito mais... Mas, se piorar, tenho um desejo para se concretizar nessa altura. Uma revolução. Não é preciso haver mortes. Não tem que haver sangue, não são precisas balas. Cravos, talvez... E uma grande dose de coragem. Já que tudo vai para cima, o governo que vá abaixo.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

 

Teoria da (in)existência de deus

Como referi num comment ao último post, há uma razão para escrever deus com letra minúscula. Para além de um artigo escrito por um filósofo português que li há uns anos e já não sei onde pára, existem outras duas razões que exponho no início de uma tese que escrevi no 11º ano para a disciplina de Filosofia. Acho que não há razão para não publicar a tese aqui para todos os que a quiserem ler. Fica aqui a digitalização da tese.

Esta tese foi escrita de uma forma séria, e penso que todos concordarão que nada nela é ofensivo para a religião e não há o mínimo vestígio de gozo, por isso agradeço que não se ponham a inventar coisas nos comentários que deixarem.
Naturalmente, este é um assunto inesgotável, e eu sei que muitos dos leitores habituais do steadfast são crentes, por isso agradeço que não comecem a fazer uma cadeia de comentários ENOOOORME só a dizer "não concordo com isto e com aquilo...". Terei muito gosto em falar sobre a tese pessoalmente, mas POR FAVOR não me obriguem a gastar muito tempo em frente ao computador a responder a comentários... Apelo ao vosso bom senso para que deixem comentários apenas com aquilo que acharem realmente essencial.

P.S. - Como anexo a esta tese, coloquei um poema de Guerra Junqueiro que me esqueci de digitalizar, mas ponho aqui:

GÉNESIS

Jeová por alcunha - o Padre Eterno,
Deus muitíssimo padre e muito pouco eterno,
Teve uma ideia suja, uma ideia infeliz:
Pôs-se a esgravatar co'o dedo no nariz,

Tirou desse nariz o que o nariz encerra,
Deitou isso depois cá baixo, e fez-se a Terra.

Em seguida tirou da cabeça o chapéu.
Pô-lo em cima da Terra, e zás, formou o céu.
Mas o chapéu azul do Padre Omnipotente
Era um velho penante, um penante indecente,

Já muito carcomido e muito esburacado,
E eis aí porque o Céu ficou todo estrelado.

Depois o Criador (honra lhe seja feita!)
Achou a sua obra uma obra imperfeita,
Mundo sarrafaçal, globo de fancaria,
Que nem um aprendiz de Deus assinaria,

E furioso escarrou no mundo sublunar,
E a saliva ao cair na Terra fez o mar.

Depois, para que a igreja arranjasse entre os povos
Com bulas da cruzada, alguns cruzados novos,
E Tartufo pudesse inda dessa maneira
Jejuar, sem comer de carne à sexta-feira,

Jeová fez então para a crença devota
A enguia, o bacalhau e a pescada-marmota.

Em seguida meteu a mão pelo sovaco,
Mais profundo e maior que a caverna de Caco,
E arrancando de lá parasitas estranhos,
De toda a qualidade e todos os tamanhos,

Lançou-os sobre a Terra, e deste modo insonte
Fez ele o megatério e fez o mastodonte.

Depois, para provar em suma quanto pode
Um Criador, tirou dois pêlos do bigode,
Cortou-os em milhões e milhões de bocados,
(Obra em que ele estragou quatrocentos machados)

Dispersou-os no globo, e foi desta maneira
Que nasceu o carvalho, o plátano e a palmeira.

..............................................................

Por fim com barro vil, assombro da olaria!,
O que é que imaginais que o Criador faria?
Um pote? não; um bicho, um bípede com rabo,
A que uns chamam Adão e outros Simão. Ao cabo

O pobre Criador sentindo-se já fraco,
(Coitado, tinha feito o universo e um macaco
Em seis dias!) pensou: Deixemo-nos de asneiras,
Trago já uma dor horrível nas cadeiras,

Fastio... Isto dá cabo até de uma pessoa...
Nada, toca a dormir uma sonata boa!-

Descalçou-se, tirou os óc'los e o chinó,
Pitadeou com delícia alguns trovões em pó,

Abriu, para cair num sono repentino,
O alfarrábio chamado o livro do Destino,
E enflanelando bem a carcaça caduca,
com o barrete azul-celeste até à nuca,

Fez ortodoxamente o seu sinal da cruz
Como qualquer de nós, tossiu, soprou à luz,
E de pança pró ar, num repoiso bendito,
Espojou-se, estirou-se ao longo do infinito

Num imenso enxergão de névoa e luz doirada.
E até hoje, que eu saiba, inda não fez mais nada.

Guerra Junqueiro


quinta-feira, dezembro 28, 2006

 

Carta ao Pai Natal

Este ano escrevi uma carta ao Pai Natal. Enviei-a por mail, com os meus dois endereços de mail e o URL do blog na assinatura, todo bonitinho. Mas acho que o gajo tava com uns problemas no servidor, não a recebeu a tempo... Por isso trouxe-me prendas que eu gostei, mas que não eram as que eu mais queria. Aqui vai o mail que enviei:

Querido Pai Natal,
Este ano bla bla bla, tudo aquilo que disse nos natais passados, e queria isto:
- Que os 4 Taste tenham o mesmo fim que as Mamonas Assassinas, mas já ao princípio, antes que seja tarde demais... E, de preferência, com mais explosões, e que seja transmitido em directo, para eu poder ver em frente à lareira.
- Que os D'zrt desapareçam do mapa. Quero lá saber que morram, sej
am raptados por extremistas islâmicos, que um grupo terrorista português auto-denominado "As Pessoas da Aldeia" os sequestrem e abusem deles, "para mim tanto me faz": desde que desapareçam...
- A Floribella. Sim, ela mesmo, a rapariguinha. Não digo o que vou fazer com ela, mas o próximo item dá uma ideia...
- Um kit de cirurgião, um berbequim, uma faca japonesa, sal grosso e um pau grande e afiado, de um tamanho que dê para empalar um ser humano de estatura média. E, já agora, um bidão de gasolina. Não te preocupes, eu arranjo os fósforos...
- Um telecomando especial que acabe com todos os spots publicitários com melodias foleiras e vozes pindéricas a cantar quatro números no final de um anúncio a músicas do André Sardet para o teu telemóvel, os gatinhos mais fofinhos para o teu telemóvel, a música da Beyoncé para o teu telemóvel, o jogo Sonic para o teu telemóvel, o jogo Sonic 2 para o teu telemóvel, o jogo Sonic 3 para o teu telemóvel, o jogo Sonic 4 para o teu telemóvel, os wallpapers mais divertidos para o teu telemóvel, o toque da vaca maluca para o teu telemóvel (e neste aqui, acho uma tristeza porem a imagem de um telemóvel com uma animação da vaca maluca e que diz, ao mesmo tempo, "Maria a chamar..."), as fotos mais picantes para o teu telemóvel, os corpos mais sensuais para o teu telemóvel, envia GATAS para 6969...
- O exame de Álgebra Linear resolvido. E o de Cálculo Diferencial e Integral. E o de Elementos de Programação. E o de Elementos de Matemática Finita. E o de Matemática Experimental. E todos os outros do IST, para eu poder vender e fazer bom dinheiro à tua custa.
- Uma aparição de deus, em que ele diga "Não existo!", e finalmente se acabem as dúvidas e as igrejas e os crentes... e os posts controversos! ;-P
-O fim das greves dos comboios, do metro, dos autocarros e dos CTT. Chegar atrasado às aulas ainda vá que não vá mas... Uma encomenda demorar semana e meia de Inglaterra até Portugal? Tenham paciência...
- Uma pistola, uma bala por cada membro do governo e um minuto fechado numa sala com cada um.
- Uma pistola, MUITAS balas por cada membro da Frente Nacional e longas horas fechado numa sala com cada um. Na verdade só preciso de um minuto para os matar, mas também tenho direito à minha diversão, não é?
- Uma pistola, nenhuma bala e o Manuel Luís Goucha fechado numa sala. Quando despachar este podem entrar, por esta ordem, a Júlia Pinheiro, a Fátima Lopes, o Jorge Gabriel, a Isabel Angelino, a Sónia Aragão e a Serenella Andrade. Deixo o pianista da Praça da Alegria assistir, se quiser. Chamemos-lhe "cortesia profissional"...
- Nenhuma pistola, nenhuma bala... Só os meus punhos e o Toy. E o Toni Carreira. E o Emanuel. E o Quim Barreiros. E os Anjos. E a Ágata. E a Romana. E a Mónica Sintra. Os D'zrt e os 4 taste não: se leste a minha carta desde o início, a esta hora já devem estar todos mortos...
- Um míssil teleguiado e a morada do gajo que escreveu o livro de Álgebra Linear.
- Esta prenda não a quero pedir para mim, mas sim para todas as crianças que sofrem o flagelo da guerra nos países subdesenvolvidos. Quero que, a cada um desses meninos, dês uma espingarda, uma foto da Floribella e um bilhete de avião para Portugal.
E é só. Não te deixes impressionar com a quantidade de vezes que eu me refiro a mortes e homicídios e torturas: na verdade, estou apenas a tentar tornar o mundo num lugar melhor!


Não tive resposta. E ele também não me deu o que eu pedi. No próximo ano envio uma carta por correio registado com aviso de recepção... Se os CTT não estiverem em greve, claro...


terça-feira, dezembro 26, 2006

 

Poema de Amor

Esta noite sonhei oferecer-te o anel de Saturno
e quase ia morrendo com o receio de que ele não
te coubesse no dedo
Jorge de Sousa Braga

 

Ejaculação gramatical

Antes das piadinhas sobre onde fui encontrar isto, fique claro: encontrei-o na Wikipedia depois de procurar na página de Interjection, e confirmei no Oxford Advanced Learner's Dictionary. Está correcto, não é nenhuma invenção minha.
Mas vejam pelos vossos próprios olhos:


P.S. - E não vou dizer nada sobre aquilo do "religious ejaculation"... =P Como alguém disse, uma vez, se houver inferno, já lá tenho um cantinho reservado para mim! ;-P

By the way, um pequeno exercício de gramática para desenferrujar as aulas de português do 12º:

Classifique morfologicamente a palavra sublinhada no seguinte excerto:
"Monica Lewinsky: Está quase?
Bill Clinton: Ohhhhh... Sim..."


segunda-feira, dezembro 25, 2006

 

Marcas de sucesso

Já há algum tempo, não sei bem quanto, surgiram no mercado algumas marcas "brancas", cujo nome não lembra ao diabo. São elas "Uso", "Pois'é", "Tal"... E acho que mais uma ou duas que não me lembro. Ora, os nomes até são divertidos...!
Já imaginaram se outras marcas tivessem nomes assim tão engraçados? Como "Canetas Toma: toma lá, escreve cá"...
Ou "Néctares Caneco: para beber por uma caneca!"...
Ou "Leitores de MP3 iOcamandro"... (Não me lembro de nenhuma frase boa para isto... Sugestões?)
Ou ainda (e peço perdão a todos os ofendidos por esta profanação de tão sagrado símbolo para nós...), pianos "Ah, e tal, não sei quê..."
Exemplo de diálogo:
- Ó filho, o que é que queres agora pelos teus 18 anos?
- Ah, e tal, não sei quê...
- Não te ponhas com parvoíces, diz lá...
- Já disse: Ah, e tal, não sei quê...
- Já me estás cá a chatear... Diz lá!
- Já disse! Quero um piano Ah, e tal, não sei quê...!
- Olha, armas-te em parvo, não tens nada...
- Mas eu já disse que quero um Ah, e tal, não sei quê...!
*GDRJJJ...* (estalo Mariana-style...)

sábado, dezembro 23, 2006

 

Palhacinhos, O Pequeno Polegar

Ontem à noite fui assistir a uma ópera infantil chamada Pollicino (O Pequeno Polegar), de Hans Werner Henze. A razão para o "palhacinhos" é simples: muitas das crianças (já sei que vou receber alguns comments a reclamar sobre isto das "crianças"... ;-P) que participam na ópera são alunos do IGL, e o Prof. Armando decidiu dar-lhes a carinhosa alcunha de Palhacinhos... Palhacinhos, Pollicino... You get the point...
Ora bem, estava eu a dizer... Fui ver uma ópera infantil, e gostei! É giro, embora não seja propriamente algo para a minha idade. No entanto, houve algo que me deu um enorme gozo, e que não foi o facto de ter visto a Laura vestida de Senhor Mocho com um fato semelhante a um ovo Kinder e umas patas que pareciam ter sido arrancadas ao Poupas Amarelo, nem o facto de o Afonso estar vestido de Senhor Lobo (Mau) e cantar extensas e complicadas árias como "Pois..." e "Palavra de Lobo...", nem o facto de um dos putos não conseguir tirar parte do fato de esquilo na altura dos agradecimentos, nem o facto de o Senhor Ogre não saber cantar, nem sequer o facto de a Leonor ter guinchado "Vamos brincar às escondidas!" no meio do palco. O que deve ter sido bastante constrangedor, porque ela teve que continuar em palco e enfrentar as caras daquelas crianças tão cruéis, autênticos carrascos de 8 anos. O que me deu mais gozo foi entrar na sala MEEESMO antes de o espectáculo começar, quando a orquestra já estava no fosso (LOL esta expressão tem piada...), e ver imensas crianças à volta do fosso de orquestra. Se calhar era só a infantil curiosidade de ver aquelas pessoas lá em baixo, vestidas de preto, com instrumentos na mão, mas a minha inocência levou-me a pensar que seria por estarem interessadas na música. Não era. O que me agradou foi mesmo ver tantas crianças numa ópera infantil. Mesmo infantil, é ópera, é música, e quase aposto que pelo menos uma daquelas crianças que lá estavam vai, um dia, estudar música "a sério" e vai, pelo menos, considerar seguir uma carreira como músico.
Há também um lado de crítica social presente na obra. Recordo-me de duas situações: a primeira, quando o pai de Pollicino diz algo como "os patrões não cumprem nada do que prometem, tal como algumas pessoas que todos nós conhecemos". (Está tudo dito, não está? Para crianças de 7 ou 8 anos, talvez não...) A segunda situação está muito bem disfarçada: quando Pollicino e as suas irmãs são apanhados em casa do Ogre, sentam-se à mesa para jantar e engordarem, para que este as possa comer. Pollicino senta-se junto ao Ogre, e há uma altura em que este lhe toca na perna. Pollicino afasta-se e o Ogre começa um recitativo em que diz "Estou farto de passar a vida a comer crianças..."
Além desta vertente de crítica social, a ópera teve um carácter claramente político. O autor, Hans Werner Henze, era um militante de esquerda, e isso reflecte-se em Pollicino: o Ogre simboliza a institucionalização (um Ogre sindicalizado, que recebe telefonemas de pessoas importantes para combinar jantaradas com outros "grandes", como o Terrível e o Diabo) e o fascismo, contra o qual não se pode lutar. Outro símbolo do fascismo é, segundo o Nuno, o dono das terras onde trabalhavam os pais de Pollicino - a classe operária, o povo oprimido - que não lhes paga mas exige o trabalho; há um diálogo curioso, logo no início da ópera, em que a mãe de Pollicino pergunta ao pai porque é que não vai pedir o dinheiro ao dono das terras, e este responde que, se o fizer, não o deixarão mais trabalhar nas suas terras: é a obrigação do povo, a escravização do proletariado, o triunfo da classe imperialista sobre a classe trabalhadora, "manda quem pode, obedece quem deve". Pollicino representa, naturalmente, a revolução contra o estado totalitário e a emancipação dos oprimidos; a cena da passagem do rio com as filhas do Ogre simboliza o triunfo do socialismo e a libertação do povo da escravatura. Assim, temos em duas personagens centrais (Pollicino e o Ogre), segundo a teoria marxista, as classes fundamentais de uma sociedade capitalista. Uma outra prova da orientação de esquerda presente nesta peça é o desfecho: Pollicino e os irmãos, não matam o Ogre fascista e roubam o dinheiro que levarão aos pais e, assim, com o dinheiro do Ogre, ficarão ricos e nunca mais abandonarão os filhos... Não! Isto, além de violento, é um comportamento capitalista, cujas intenções finais são enriquecer à custa de terceiros. Em Pollicino, o herói e as suas irmãs, assim como as filhas do Ogre que fugiram de casa, atravessam a floresta e deparam-se com um rio difícil de atravessar. No entanto, com a ajuda uns dos outros, atravessam o rio e, como por magia, as filhas do Ogre (pequenas "ogras") transformam-se em meninas normais. O cenário modifica-se e a tempestade que se abatia sobre o grupo de heróis revolucionários dá lugar a uma Primavera florida, em que todos cantam uma música de intervenção cuja letra inspira confiança no futuro, de punho esquerdo fechado e erguido, t-shirts vermelhas com a cara do Che Guevara e bandeiras do PCP. (Não é bem assim, mas é quase...)
Uma última nota, extraída directamente do programa distribuído à entrada:
Até onde poderia ir sem utilizar as palavras de Henze, que desejava com humor que Pollicino, Clotilde e os seus irmãos "fundassem uma comuna, plantassem tomates e fumassem haxixe"?
P.S. - O Pollicino tem 13 anos.
Avante, Palhacinho, Avante!

domingo, dezembro 17, 2006

 

Se nao-se emportasem...

Custou-me bastante, devo admiti-lo, mas ganhei coragem e fui ao blog da Floribella para ver o que podia sacar de lá. Não vou ser muito púdico quanto a isto, vou rir-me à descarada disto tudo... Se há blog que vale a pena ler, é o da Floribella!
Uma linda mensagem que eu encontrei por lá e que deixo aqui para todos os anti-floribella, em particular para todos os que acumulam essa função com a de flautista. Cá está:
Eu sei, eu sei, é feio gozar com criancinhas... Mas isto tem piada! E, já agora, se nao-se emportasem... LOL Oh pá... Com 11 anos é normal que se dêem alguns erros ortográficos, mas isto nunca! É um erro típico de quem só lê as revistas cor de rosa bebé (i.e. revistas cor de rosa para crianças) sobre a menina Floribella. Porque é que as crianças de hoje em dia não são como as crianças que eu conheci? Porque é que não lêem "Os cinco", "O clube das chaves", etc? Agora, se nao-se emportam, vou continuar...
A parte que tem mais piada é quando a rapariga diz que não gosta de flauta. Estou, neste momento, a imaginar o Nuno a torcer-lhe o pescoço, a enfiar-lhe a flauta-baixo pela boca dentro (não posso dizer mais porque... A Francisca é menor! LOL) e a colocá-la dentro de uma trituradora. Com os pés para baixo... Para se ver as caretas!
Francisca, se estiveres a ler isto... Não fiques triste, que não estamos a gozar contigo. Estamos é a gozar com os idiotas dos teus pais, que te deixam ver a super hiper mega rifixe (ou lá o que é...) da Flor e viver num mundo de telenovelas... Não é preciso explicarem-te a Teoria da Relatividade, mas era minimamente decente que te explicassem que a Floribella é apenas uma personagem de uma telenovela. Na verdade, o nome de princesa quase surreal de Floribella não existe; existe apenas um nome de peixeira do Mercado do Bolhão, Luciana Abreu, que corresponde a uma pseudo-cantora pop frustrada, com sotaque de tripeira (HEY! Não tenho nada contra os sotaques do Norte, ok? =P ) e cara de morsa abandonada pela progenitora (agradeçam esta coisa da morsa a um gajo que pôs uns videos quaisquer no YouTube... Procurem por "Floribella revela-se")... No meu tempo, que não foi assim há tantos anos como isso, se queríamos ver a flor, íamos a um jardim. Mas o teu conceito de jardim deve resumir-se à saia da Floribella, que tem flores... Flores, sinal de equivalência, jardim... Certo, Chiquinha? Mas a culpa não é tua, é do mundo em que te fazem crescer, rodeada de televisão e bonecas e cimento e... Floribella! 'Tadinha... Com uns pais assim, se aos 11 anos te deixam andar aí pela net a "escrever à Floribella", aos 18 "hades tar" algures num site pornográfico amador... Tem cuidado, rapariga!
Olha, querida, queres uma prenda de Natal? Uma surpresa mesmo super hiper mega rifixe? Aqui vai: A FLOR NÃO TE VAI RESPONDER, E MUITO MENOS VAIS TER O MAIL DELA! E vai aprender flauta... Ou piano... Canto é que não, que ainda descambas e acabas noutra Luciana Abreu...
P.S. - Chiquinha... Nós aqui no The Steadfast Tin Soldier (fica sempre bem falar no plural...) ainda estamos com esperança que tu mudes daqui a uns tempos e que não fiques até aos 18 anos a gostar da Floribella... E a ouvir D'zrt e 4 Taste...

*humpf* (riso contido...)


sábado, dezembro 16, 2006

 

A l'inconnue - Mon poème de Nöel

J'écris ce poème
Car il n'est pas déjà écrit.
J'écris ce poème
Parce que je suis très joli.

Je suis très joli
Ou je suis très content?
Ce poème me ressemble
Le Gatô Fedorent.

J'écris ce poème
À l'époque de Nöel,
Et il continue a être un poème
Même s'il ne rime pas.

J'écris ce poème
A une personne inconnue.
All I want for Christmas
Faz de conta que és tu.

(Uma pequena "prendinha" da minha autoria... Feita em menos de 5 minutos, daí a qualidade: se tivesse tido mais tempo para pensar nisto, prometo que fazia pior... É também uma homenagem sentida ao Bernardo [Bernardo, Bernardo... É verdade que és Maltês como o gato?], que passa a vida a falar em francês-semi-inventado, e à minha professora de francês do 3º ciclo)


quarta-feira, dezembro 13, 2006

 

Fiel ou Infiel - versão séc. XVIII

Se conhecem a ópera Così fan tutte... Imaginem-na transposta para o formato do "Fiel ou Infiel" e visualizem o João Kleber a dizer isto:


Hoje temos um programa recheado de surpresas! Não desgruda da televisão, não, que hoje o bicho vai pegar!
Olha só, olha só... Guglielmo e Ferrando são dois oficiais do exército que estão namorando Fiordiligi e Dorabella, respectivamente! Mas quem chega aí? Ah, é Don Alfonso, que aposta com eles que suas amadas lhes poderão ser infieis! Aí Don Alfonso faz um trato com os dois oficiais: eles fingem se ir embora para a guerra e voltarão pouco depois, disfarçados de albaneses, para tentarem seduzir a mulher um do outro! Olha só que sacanagem!!!
(...)
Olha só quem está chegando, é Despina, a criada de Fiordiligi e Dorabella... O que está lhes dizendo? AH! Cachorra!! Ela as incita a encontrar novos homens, agora que os seus amados partiram para a guerra...
(...)
E agora, olha só quem entra em cena... São Guglielmo e Ferrando mascarados de albaneses, com túnica, bigode e turbante! Ah, olha só, olha só, olha, olha olhaaaaa...
NÃO, NÃO!!!! ESSE É UM PROGRAMA DE RESPEITO!!! Eu não vou mostrar esse show aí, não vou, não vou, não adianta pedir...
Ah! Olha só, é Guglielmo que se está fazendo a Dorabella! E ela deixa! Olha só, o nosso sedutor em acção!!! Ah, tigreza...
Ah, não, não... Agora é que não, já não mostro mais...
Vamos só ver o que acontece a seguir...
Olha só, a coisa a esquentar... O bicho vai pegar... O BICHO VAI PEGAR.....
AH!!! Sacanagem!! Dorabella entregou seu medalhão com a fotografia de Ferrando a Guglielmo! Ela não resiste ao charme do nosso sedutor...
Agora olha só... É Ferrando que chega no quarto de Fiordiligi e se está colando a ela... Olha... Olha...
AHH!!! O BICHO VAI PEGAR!!!!!!!!!!!!!!!!
Não, não, não vou mostrar... Chegámos ao limite, minha gente... Não mostro mais, não mostro mais!
Mas... Espera... O que está acontecendo? Ah, olha só... Salafrário! Ferrando consegue que Fiordiligi caia em seus braços! Afinal Ferrando não é o único corno aqui! Ambos são agora chifrudos! Olha só que sacanagem, hein?
Bem, agora chega Don Alfonso e lhes diz para desistirem de suas amantes, que são fáceis e volúveis... Todas as mulheres fazem o mesmo! (Così fan tutte)

Agora... Que entrem Fiordiligi e Dorabella... Vamos ouvir o que têm a dizer as pessoas na audiência:
[levanta-se uma velhinha] SUA BADALHOCA!!! Não te ensinaram nada em casa, foi? Deste logo o medalhão, só não deste mais nada porque não tiveste tempo! Sua badalhoca! Porca, porcalhona! Se fosses minha filha dava-te um par de estalos nessas ventas que te virava do avesso!
[agora levanta-se um senhor dos seus sessentas] Acho muito bem! Afinal eles foram para a guerra, estavam longe! É assim mesmo, meninas! É aproveitar a juventude enquanto podem!
[interrompido pela esposa, sentada ao seu lado] Ai achas bem, achas bem? Se fosse comigo queria ver! Tu não aprendes, Zé Maria, 67 anos e és tal e qual como quando me casei contigo, aos 14...
[levanta-se agora um rapaz novo] É assim mesmo, ó boazona! Ó Fiordiligi, anda cá que eu já te avio!
[a mãe desse rapaz] Ai avias? Avias o quê? Eu é que te avio um bom par de estalos... Já lá para fora, meu menino, que vamos ter uma conversinha...
[grita outra vez a velhinha] BADALHOCA! Porca... Mal criada...


terça-feira, dezembro 12, 2006

 

Jornada de África

Dois excertos de um livro que me parece ser muito bom (pelo que eu li até agora...), para aguçar o apetite às diferentes pessoas que gostam de diferentes coisas, incluindo diferentes estilos literários e diferentes linguagens. Quem disse que não se pode agradar a Gregos e Troianos? Este livro parece fazê-lo... muito Alegremente! ;)


"Para Angola e em força. As mães redobram de actividade em suas lidas, preparam roupas, malas e compotas, à noite choram. Os pais sentam-se calados olhando para dentro. Se apanham os filhos distraídos demoram neles o olhar aflito, carne da sua carne, quem sabe se para canhão. E de repente ficam velhos.
Nos cais de Lisboa as mulheres gritam, arrepelam os cabelos, algumas enrolam os filhos nos seus xailes, se pudessem escondiam-nos ao colo, outra vez pequeninos e só delas. Os pais passam em silêncio os dedos pelas fardas, não conseguem quebrar o pudor masculino do gesto e da palavra, mesmo que lhes apeteça agarrar nos filhos e protegê-los com seus braços.
Tempo de lenços a acenar, xailes negros, lágrimas, rugas, ó mar salgado, quanto do teu sal. Vão-se os navios pela barra fora, Lisboa tem suas barcas, lá mais para diante, na praia do Restelo, continua um velho de aspecto venerando, meneando três vezes a cabeça descontente, ó glória de mandar, ó vã cobiça."


"Agora vou contar a daquele que se sentou no café e mandou vir o graxa, que era um puto muito conhecido, chamavam-lhe o Mais Cinco, era o que ele pedia sempre depois de lhe pagarem, dê mais cinco patrãozinho. Vai ele e estende a mão para receber, o outro puxa da pistola e diz-lhe: Desculpa lá, ó Mais Cinco, não tenho troco. E zás, ferra-lhe um estoiro nos miolos, mesmo à queima-roupa. Parece que a UPA lhe tinha serrado a mulher e o filho numa fazenda da Beira Baixa. Andava por aí de cabeça perdida, aviou uma data deles, até que a tropa acabou por lhe deitar a mão. Ainda vi alguns assim. Andavam de barba crescida e tinham os olhos inchados. As mulheres então ainda pior, eram elas que atiçavam os homens, aluadas de todo, o meu alferes nem queira saber, parece que os acontecimentos lhes puseram a rata aos saltos. No Norte nem se fala. Os turras da UPA não pouparam ninguém. Mulheres e crianças mortas à catanada, facas cravadas na cona das mulheres, cabeças de brancos cortadas com os caralhos metidos na boca. Se não fosse a vinda da tropa não sei o que seria."

domingo, dezembro 10, 2006

 

Faster than a speeding bullet...

(Já que estamos numa de videos...)
Faster than a speeding bullet, more powerful than a locomotive, and able to leap tall buildings in a single bound... He's... Super-estudante-do-IST!!!
Uma coisa que um dia ainda hei-de fazer... Quando tiver a certeza que quero chumbar àquela cadeira enquanto o professor que estiver à frente dela se lembrar disto...

sábado, dezembro 09, 2006

 

I'd like to thank the academy...

In this 100th post celebration, I'd like to thank the academy... Ou, melhor dizendo, hoje que se comemora o 100º post deste blog (que ultimamente tem andado um bocadinho "xôxo" - obrigado EVP por estas maravilhosas palavras que introduzes no nosso léxico!), decidi voltar aos bons velhos tempos e à bruta da pancadaria no catolicismo.
Tou a brincar, tou a brincar, não vou dizer mal de religião nenhuma: alguém já o fez por mim! ;-P
Atenção a todos aqueles que já se sentiram ofendidos anteriormente: não estou a fazer isto por gozo à religião (há quem acredite em Deus, há quem acredite em Alá e há quem acredite que os 4 Taste sabem cantar. Há que respeitar as crenças, mesmo que às vezes nos apeteça dizer bem alto "FODA-SE!!!!!" [AFF: Reminds you of something, doesn't it! ;) ]), estou a fazer isto porque... Bem, porque achei minimamente engraçado e maximamente provocador este video que quase parece steadfasttinsoldieriano, tais são as berlaitadas que manda no Novo Testamento.
Já que estamos numa de "cafés e chocolatinhos", deixo aqui para todos os não-crentes-que-até-acham-uma-certa-piada-às-piadas-que-fazem-com-a-religião-embora-achem-incorrecto-troçar-dos-outros este pequeno chocolatinho. Ou, se calhar, é mais uma gigantesca tablete de chocolate, espesso, duro, saboroso, quase steadfasttinsoldieriano:



P.S. - Se és realmente MUITO, MUITO, MUITO católico e hipersensível a videos que gozam com a religião, é melhor não veres este vídeo. Mais uma vez descarto as culpas: não fui eu que fiz o vídeo, a autora é a Sara, uma amiga com quem não falava há... hmmm... MUUUUUITO TEMPO!!! :P
Espero que tenhas lido este aviso a tempo... ;P


terça-feira, dezembro 05, 2006

 

A solo com a Orquestra Sinfónica Juvenil

Tenho uma novidade para dar a todos: eu já toquei a solo com a Orquestra Sinfónica Juvenil!
Não, não é verdade. É apenas mais uma das pérolas que se encontram ocasionalmente, um daqueles lapsos... Neste caso, surge no programa do recital de piano do IST (já agora... vou tocar amanhã [4ª feira, 6 de Dezembro] às 21h, no salão nobre do IST, estão todos convidados para me apupar à grande e gritar a plenos pulmões "VAI PA CASA, MAIS VALIA TARES QUIETO!!"). Pediram-me um resumo do meu currículo, e eu disse "aluno do Instituto Gregoriano de Lisboa". Pediram-me mais detalhes, e eu enviei um textozinho... Mas, por uma qualquer razão misteriosa, embarcaram numa de corte&costura e corta palavrinha daqui, corta palavrinha dali, e o que resulta é isto:
Está bem que podia ser pior... Mas é dar-me créditos que não são meus...

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Nota para a senhora sessentona residente no Fogueteiro que enviou um mail com fotografias em Julho passado: eu não sou grande adepto de cera derretida sobre os mamilos...