Este Blog foi um programa de rádio The Steadfast Tin Soldier: maio 2006

quarta-feira, maio 31, 2006

 

As vacas

Mas que ideia foi esta de espalharem vacas por toda a cidade? Lisboa está inundada por estes catrapázios feitos de fibra de vidro e pintados por artistas dos quais nunca ouvimos falar. Estas pseudo-obras-de-arte são mesmo só para inglês ver. Inglês, francês, sueco, australiano, não importa: o que interessa é que, quando voltarem para a terra deles, digam coisas como "Oh! What a bunch of lovely cows they have in Portugal!", e depois venham mais turistas para apreciarem a beleza das vacas portuguesas e encherem os hotéis de Lisboa, coisa que daria, decerto, lucro a muito boi que por aí anda.
É claro que já perceberam o trocadilho com a palavra "vacas", mas... De que é que estavam à espera? Se andam para aí a plantar esculturas bovinas por toda a capital, então é porque querem que a palavra "vaca" ande na boca dos portugueses e também todos os trocadilhos que daí advêm.
Eis um diálogo verídico que tive com uma amiga a propósito deste assunto:
Eu - Lisboa anda cheia de vacas...
Ela - Já andava...
Eu - Sim... Mas estou a falar das pintadas...
Ela - Sim. Como eu disse, já andava...
Eu - Pois...
Caramba, é mesmo vontade de colocar estas brincadeiras nas nossas línguas, não é?!
Mas que ideia foi esta??
Portugal já tinha vacas a mais, ainda vieram espetar cá com mais umas... Já não bastava vê-las na televisão, nos jornais, nas capas das revistas cor-de-rosa e a entrarem de rompante pela nossa casa quando a televisão pára num qualquer reality-show, ainda temos que apanhar com estatuetas a celebrar a condição de vaca, quase como uma homenagem a estas vacas sagradas, autênticas deusas da futilidade?
Mas que ideia foi esta???
Isto é incitar a juventude a seguir uma carreira na área bovino-humanóide. Já há tantas cabras a avacalhar pelas escolas do nosso país, tantos bezerros em fase de crescimento, ainda querem tornar os redutos de raparigas minimamente interessantes e "de jeito" em vacas como o resto. Isto é um escândalo... É um escândalo! Isto é um escândalo!
Mas que ideia foi esta????
No estado em que isto já está, só se pode tirar uma conclusão, a mais óbvia, a mais natural e a mais acertada: mais vacas é igual a mais bosta...

 

Em casa há net!

(na aula de ITI)
Camejo: Pois... Sem net é que não se faz nada! Devíamos era estar em casa... Em casa há net!
Eu: Essa frase é extremamente profunda... És, sem dúvida, um dos grandes pensadores da nossa geração! "Em casa há net!" Toda a alma do povo português, este povo que fala a língua de Camões, pode ser resumida numa simples frase como essa: "Em casa há net!"... Mas atenção: não se diz "em casa há net!"... Diz-se algo do tipo "Em casanett"... Uma pronúncia típica da região ibérica, uma mistura que é algo entre o francês e a pronúncia de um emigrante iraquiano no Canadá. Mas não é qualquer tipo de francês: é, mais concretamente, uma mistura do francês falado na Papua Nova Guiné por um engenheiro civil que passou vários Verões de férias no Egipto, chegando até a trabalhar lá como responsável pela reconstrução de pirâmides em parques infantis. Esse francês é, então, misturado com o sotaque iraquiano de um recém chegado ao Canadá, emigrante ilegal mas com formação superior na área de Trolha. Falamos do Canadá, mas referimo-nos especificamente ao Quebec, nomeadamente à zona nor-nordeste do Quebec, e unica e exclusivamente aos prédios cor de limão-baunilha de limoeiros plantados em terrenos com pH 4.9, localizados na zona equatorial. "Em casanett" é, então, uma frase típica portuguesa, derivada do francês falado por um engenheiro civil que passou vários Verões de férias no Egipto e que lá trabalhou na reconstrução de pirâmides em parques infantis, francês esse misturado com o sotaque de um emigrante iraquiano com formação superior na área de Trolha, ilegal no Canadá, na zona nor-nordeste do Quebec, habitando nos prédios com cor de limão-baunilha de limoeiros plantados em solos de pH 4.9, localizados na zona equatorial.
Camejo: Isso é o nome de um país, não é? Eu até costumava lá ir passar férias...
Eu: É, é! E as miúdas de lá... Ui! Só é pena é uma coisa... É que as casanettianas só falam uma língua que é derivada do francês falado por um engenheiro civil que passou vários Verões de férias no Egipto e que lá trabalhou na reconstrução de pirâmides em parques infantis, francês esse misturado com o sotaque de um emigrante iraquiano com formação superior na área de Trolha, ilegal no Canadá, na zona nor-nordeste do Quebec, habitando nos prédios com cor de limão-baunilha de limoeiros plantados em solos de pH 4.9, localizados na zona equatorial...
P.S. - Este post ilustra claramente a utilidade e o interesse das aulas de ITI. E mais não digo.

quarta-feira, maio 24, 2006

 

Valsassina

Como prometido à menina Xi, fica aqui um post sobre o Valsassina, onde este blog tem muitos leitores, segundo me consta. (desde já o meu muito obrigado... e, já agora... deixem uns comentáriozinhos! =P lol)
Hoje foi a missa de finalistas do Colégio Valsassina. Embora eu não seja religioso, fui lá porque me disseram que havia uma miúda no coro que canta muito bem, embora não tenha sido bafejada pela sorte no que toca ao aspecto físico, já que é imensamente feia e ninguém gosta dela. Não a conheço de lado nenhum, sei apenas que se chama Maria. (NOTA: qualquer parecença com a Maria, a minha melhor amiga, aquela pessoa lindíssima [inside and outside ;P ] que eu conheço... naaahhh... é só coincidência!)
A missa de finalistas foi muito engraçada, o coro estava muito fixe, e a Maria brilhou =D
Beijinhos e abraços para o pessoal do Valsassina :)

domingo, maio 21, 2006

 

Este blog está fedorento!

NOTA:
Qualquer semelhança total ou parcial deste blog com o Gato Fedorento é mera coincidência.


TRANSCRIÇÃO DO DIÁLOGO:
Eu: E pronto... Ela disse-me que a coisa não ia funcionar... Que não éramos compatíveis...
Miguel: Então... Mas porquê???
Eu: Oh... sei lá... disse-me que eu não tinha personalidade jurídica!
Miguel: (Gargalhadas) ... não...


segunda-feira, maio 15, 2006

 

Aconteceu a 24 de Junho...

São coincidências históricas! Todas elas se deram no dia 24 de Junho. Tem a sua piada...
Em 1128, D. Afonso Henriques deu uma tareia na própria mãe, lá para os lados de S. Mamede.
Acabou neste dia, no ano de 1358, a revolta camponesa no Norte de França que ficou conhecida como a Jacquerie.
Em 1360 nasceu D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável.
Em 1509, Henrique VIII foi coroado Rei de Inglaterra, responsável pela formação da Igreja Anglicana.
Em 1888 nasce Ambrose Bierce.
Em 1901 é aberta a primeira exposição das obras de Picasso.
Em 1944 nasce Jeff Beck, um guitarrista de quem nunca tinha ouvido falar até procurar por "24 de Junho" na Wikipedia.
Em 1999 a vila de Quarteira é elevada a cidade. A única coisa que sabia até ler isto na Wikipedia era que Quarteira ficava lá para baixo...
Em 2006, às 21h00, na Sé Catedral de Lisboa, será a primeira vez que se canta em Portugal a Missa no.2 em Mi menor de Anton Bruckner, e eu estou no coro que a vai cantar. Curiosamente, às 22h00 deste mesmo dia o meu irmão estará a desfilar com o seu par no baile de finalistas do Colégio Vasco da Gama, no qual estará presente a sua família mais próxima. E isto inclui-me a mim.
Obrigações familiares e a minha própria consciência deixam-me, assim, impossibilitado de participar na primeira exibição na Tugalândia da Missa no.2 deste grande compositor, autor de 10 sinfonias - coisa que eu não sabia até aquele gajo gordo se pôr aos berros no meio do Conservatório...
Desde já vos aviso da minha não-presença no coro, que contará assim com menos um baixo desafinado e menos uma ou duas notas certas no momento errado.

 

Ahetalismo e religiões afins

Embora já antes do ano 0 do calendário Gatofedorentoriano se usasse a expressão "Ah, e tal...", foi com o mais-que-famosíssimo sketch d'«O homem a quem parece que aconteceu qualquer coisa» que a expressão se difundiu pelas bocas dos portugueses. Hoje em dia, raras são as conversas que não acabam por meter ao barulho um "Ah, e tal...", muitas vezes surgindo na forma de uma citação. Eu próprio já me rendi ao prazer que é dizer "Ah, e tal...", sentir aquelas seis letras a borbulhar na ponta da língua, três pequenas palavrinhas que significam tanto... Sim, porque o "Ah, e tal..." já é uma verdadeira forma de estar na vida, uma visão alternativa do mundo que nos rodeia e, se calhar, pode ser já considerada uma religião! Orações cujo conteúdo se resume a um "Ah, e tal..." de vez em quando, sem horas marcadas, e quatro deuses que aparecem na Terra semanalmente: 6ªs feiras, às 21h15, na RTP1.
Estes "Ah, e tais..." até que não são chatos (desde que usados com conta, peso e medida...) mas, conjuntamente com outras expressões bastante peculiares desta nossa língua-mãe que é o Neerlandês, deixam-nos a pensar. A mim, pelo menos... São expressões como "Eh pá..." e "Eish...!" (desculpa, Mariana... ;P) que me atormentam o pensamento e me surgem na forma de pesadelos. Porquê? Porquê??? PORQUÊÊÊÊÊ?????
Começando do princípio, e tentando listar todas essas expressões:

E tu? Também usas estas expressões?

quarta-feira, maio 10, 2006

 

"Os D'zrt no Rock in Rio 2006" ou "Porque tenho a mania que sei cantar"

Acabei de vir de um blog que é deveras surpreendente (e que recomendo a todos: http://kassabian.blogspot.com/), e é de lá que recebi a inspiração para o post de hoje.
Sei que o tema já está muito batido, mas não me importo de parecer pouco original desde que possa mandar mais umas pauladas nos D'zrt.
Eu respeito as opções dos outros e raramente sou "mauzinho" mas, quando as letras D, Z, R e T me surgem à frente juntas e formando uma só palavra, o João-Boa-Pessoa transforma-se num ser algures entre Jack, the Ripper e Freddy Krueger... O que se passa é que acabo de tomar consciência da tragédia que está prestes a acontecer: os D'zrt vão abrir o Rock in Rio 2006! Como é possível que se tenha descido tão baixo?!?!?! Confesso que isso não foi o que mais me assustou - o que me deixou realmente sobressaltado foi ver o Toy e a Mónica Sintra e a outra loira que não sei o nome a cantar e, de repente, aparecer uma mulher a dizer "Parabéns! Vão todos!"... Isso é que me assustou mesmo, porque depois de saber que os D'zrt iam, acreditava que ainda tivessem cojones para levar também aqueles três bimbos... Felizmente era só publicidade - mas isso não os desculpa de levarem os "Sobremesa-mal-escrita" (leia-se "D'zrt"). Além disso, que raio de nome é este? Segundo o site oficial (com o qual já vou gozar mais tarde), são as iniciais dos 4 elementos do espectáculo de palhaços... digo, da "banda"... Mas, a bem dizer, quando vejo D'zrt escrito só me lembro de um gajo com os queixos partidos e a cara engessada a dizer a alguém "Vim aqui dizer-te..."! Digam lá de vossa justiça: alguém se lembra de sobremesas?
Mas falando agora do site oficial destas aves raras ( NOTA: pensem à vontade nas piadas que incluem "H5N1"... =P ), o texto que aparece no fim da página é o seguinte:

"Escreve-se D'zrt mas lê-se "Dessert" (sobremesa em Inglês). São as iniciais do nome de cada um dos cantores/actores da banda dos Morangos com Açúcar. Este projecto - que tem tudo para se tornar num dos maiores fenómenos da pop nacional - é uma das surpresas discográficas do ano de 2005 e prometem arrasar e contagiar a sua alegria pelos palcos nacionais. Aguardem-nos!"

Fora a desactualização do texto (que, vá lá, esta até passa...), há muita mas muita porcaria junta num parágrafo tão pequeno como este. Começando logo pelo início, quando dizem "lê-se Dessert". Lê-se "dessert", o tanas! Escreve-se "dessert" mas lê-se
. Seguindo em frente, passa-se para a segunda frase: "cantores/actores"? Isso é suposto significar o quê? Que nós podemos escolher aquilo que queremos ler, do estilo "riscar o que não interessa"? Ou que eles são cantores e também actores? Mas porquê isto, se não são nenhum dos dois?? A seguir vem algo que, infelizmente, é verdade: um dos maiores fenómenos da pop nacional! =s Infelizmente, a sua popularidade deve-se ao facto de todas as raparigas de 13 anos andarem a suspirar pelo não-sei-quantos e de as suas músicas atingirem uma percentagem relativamente elevada da pitalhada histérica (peço desculpa pelo termo empregue, mas é o melhor que encontro). Um pouco como o Toy e a Ágata e o Emanuel e o Tony Carreira e coisas semelhantes, com a sua música pimba, que evoluiu para um termo mais técnico - música popular - que, por sua vez, tem um diminutivo bastante moderno: Pop! Talvez toda esta bodeguice sonora nunca tivesse sido sequer criada se um tal de Sr. Idanow não tivesse, em 1948, formulado uma doutrina musical a propósito da música progressista que consiste em "exprimir pela música sentimentos e ideais das massas populares e não símbolos do passado ou abstracções de espírito." Quer-me parecer que este é o gajo responsável pela música pimba... E é exactamente isso que os D'zrt fazem: música pimba. Ora reparem: aquela música do "para mim tanto faz" anda, invariavelmente, à volta de qualquer coisa do tipo I-V-I-IV-I-V-I... Não são já provas suficientes?
Por fim resta-me deixar aqui a frase com que concluiria uma tese de doutoramento em psicologia subordinada ao tema "a influência de música de qualidade inferior no discernimento e na saúde mental dos adolescentes". Ora cá vai: os D'zrt são uma caca!

 

Dia da Europa, Dia do Estudante...

Ora bem... Estava eu hoje na minha aula de Física logo às 8h da manhã (à qual, por estranho que pareça, não cheguei atrasado) numa amena cavaqueira com um colega quando à cabeça desse ilustre personagem cujo anonimato vou manter (já que o Camejo não queria o seu nome divulgado no ciber-espaço) salta uma ideia: se até há um Dia da Europa, porque não há um Dia do Estudante?
A ideia apresentava-se excelente para um post e para imensas divagações no asilo para doentes mentais (não se sintam ofendidos, estava mesmo a falar de mim...) que é este blog, mas quando ia a escrever o texto lembrei-me "Ups! Mas JÁ HÁ um Dia do Estudante!" - 24 de Março, se não me engano. Fica, assim, o meu post de hoje sem nada mais para além disto e fico eu triste, infeliz, destroçado com a descoberta de que o post sobre o qual andei a matutar todo o dia não vai avante porque me ia queixar da inexistência de algo que já existe. E isso seria estúpido.

sábado, maio 06, 2006

 

Audição de alunos

Acabadinho de vir de uma audição de alunos do IGL, a única expressão que sinto poder descrever tudo o que acabo de ver e ouvir é "brilhantemente genial"... Desde "Così fan tutte" de Mozart, passando pelo "Presente" do Miguel Silva (que, espero eu, divulgue um dia as gravações de algumas das suas peças =P ) e culminando em três músicas da banda sonora de Final Fantasy IX brihantemente executadas por Ricardo Martins, tudo foi espectacular.
Foi visível a emoção nos olhos de alguns dos que, ainda no palco, faziam uma vénia com os olhos avermelhados. Dignos de referência são ainda todos os arrepios que senti na espinha e todos os pêlos do meu corpo que se eriçaram com alguns vibratos ou algumas passagens mais virtuosas, e tenho até de admitir que tive bastante vontade de soltar as lágrimas nalguns momentos.
Espero que, no próximo ano, tudo se repita com ainda mais qualidade, se é que isso é possível. =)

sexta-feira, maio 05, 2006

 

loles...

Lol. E mais não é preciso dizer.

Your Ideal Relationship is Serious Dating

You're not ready to go walking down the aisle.
But you may be ready in a couple of years.
You prefer to date one on one, with a commitment.
And while chemistry is important, so is compatibility.
What's Your Ideal Relationship?

P.S. - E agora, só mesmo para picar uma certa pessoa... "Sabes o que é que dizia, sabes, sabes, sabes???" =PPPP


quarta-feira, maio 03, 2006

 

Espirro

Aproveito este dia em que estou com o nariz ligeiramente entupido e em inícios de uma constipação para falar de algo que me irrita a mim e, decerto, a muitos outros que me lêem: o espirro que não quer sair.
Ora bem, o espirro é um gajo teimoso e difícil de aturar: tanto sai quando não queremos como, quando queremos, não sai. É mesmo muito chato quando isso acontece porque, além do incómodo natural que isso cria deixando aquela ânsia de espirro por concretizar, há alturas em que ele está QUAAAAAAAAAAAAAAAASE a sair, e nós começamos fazer as caretas que fazem parte do ritual do espirro e deitamos já apressadamente as mãos à cara quando... PUFF! Foi-s
e o espirro, ficamos nós com os olhos a lacrimejar devido ao espirro que fugiu, embora pudesse ser também pelas figuras tristes que fizemos e que deixaram todos os que estavam à volta a olhar para nós.
P.S. - Porque é que, quando espirramos, começamos com um "aaahhhh" que se prolonga com um crescendo e um glissando para um "aaahhhh" mais agudo, terminando em qualquer coisa menos "txim"? E, se assim é, porque é que o espirro está sempre associado ao "atchim"?

 

A drogaria

Ontem entrei em algo que não entrava há muito tempo: uma drogaria! Ainda me lembro de uma drogaria muito escura (como quase todas as drogarias, assim manda a tradição) que existia na Estrada de Benfica, e cada vez que vejo ou penso em "drogaria" vem-me à memória a imagem dessa pequena loja, do senhor de cabelos brancos e óculos que estava sempre do outro lado do balcão envergando uma bata branca e com o lápis por cima da orelha.
Hoje em dia já não se vai às drogarias... Se se quer lixívia, vai-se ao Continente. Se queremos desentupir um cano ou comprar ferragens, vamos ao AKI. Se queremos rolhas para garrafas... Bem, hoje em dia já ninguém quer rolhas de cortiça, e quem quer compra-as directamente a uma fábrica! As drogarias, embora não tenham uma grande utilidade na sociedade moderna e tecnológica de hoje em dia, são... vá lá, engraçadas! Mas eu também sou suspeito, que acho piada a quase tudo o que é "antigo". Por vezes sinto que gostava que o mundo tivesse a comodidade de hoje em dia aliada à "tradição" do antigamente: era engraçado irmos à mercearia e comprarmos manteiga ao peso embrulhada em papel vegetal e papel pardo, acho piada a comprar café numa loja de chás e cafés e vir também em pacotinhos de papel pardo (e isso ainda acontece aqui em Benfica =D ), teria a sua piada a conta vir feita em cima de uma folha de papel rasgada e com uns números meio tortos escritos com um lápis toscamente afiado. Mas hoje em dia é diferente: queremos manteiga vamos ao supermercado, queremos café vamos ao supermercado, queremos qualquer coisa e basta ir ao supermercado porque o supermercado é isso mesmo: um SUPER mercado - uma loja em que há de tudo!
Nos tempos que correm somos atendidos por uma miúda de 22 anos a mascar pastilha elástica e com argolas nas orelhas que mais parecem batentes de porta, que parece ter sido programada para ter uma personalidade antipática e não dizer nada para além de "14 euros e 87 cêntimos, por favor", ao invés de um senhor com ar simpático e de bata que nos rabisca uns números mal desenhados e diz "Ora... São 14 euros e 87 cêntimos, por favor... Então! Ontem o nosso Benfica lá ganhou, hein?". Nos tempos que correm os supermercados de todo o país são iguais ao mais ínfimo pormenor, tudo desenhado por um decorador de interiores ou um designer em vez de rolhas e funis e catrapázios de latão pendurados do tecto, tudo amontoado e na parede um calendário com mulheres nuas. Nos tempos que correm a relação mais próxima que temos com quem nos atende do outro lado do balcão reduz-se a uma folha de papel pequenina que diz o o nome e o NIB da empresa, o capital social e a lista das coisas que comprámos.
Por vezes sinto falta deste tempo em que não vivi.

Ah! E não expliquei porque é que fui à drogaria: precisava de comprar um maço de lenços. Fui a um quiosque e disseram-me "De momento não temos, mas aí na drogaria têm", "Qual drogaria?". Passei por ela e nem a vi.

P.S. - O que aconteceu dentro da drogaria: Um senhor de óculos, cabelo branco e bata azul perguntou-me com um sorriso: "Faça favor..."

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